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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO SER HUMANO

AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO SER HUMANO 

“Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.” (Gênesis 4:8, ARA). 


Talvez você não tenha noção do que significa o pecado, a gravidade do pecado, quais são as consequências do pecado e se existe alguma solução para resolver o problema do pecado. Segundo o Breve Catecismo de Westminster: "Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei” (Tg 2:10; 4:17; 1 Jo 3:4; pergunta 14).  


O que aconteceu na queda, foi exatamente a desobediência à ordem de Deus, pois Deus havia dito ao homem que não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque se assim agisse, ele certamente morreria (Gn 17). No entanto, o homem e a mulher escolheram a desobediência (Gn 3.6) e por terem pecado contra Deus, os olhos de ambos se abriram e perceberam então que estavam nus (3.17), ou seja, o que não era perceptível sem o pecado, tornou-se conhecido por causa da transgressão da ordem de Deus, como Ele havia dito que aconteceria (Gn 2.17).  


Depois da queda, houve consequência para todos os homens da face da terra, pois o pecado já  havia gerado a morte (Tg 1.15) e estava impregnado no coração de toda a humanidade, que devido a desobediência, Deus disse que toda a terra se tornaria maldita por causa de Adão (Gn 3.17). Em outras palavras, a terra toda foi corrompida pela falta de conformidade de Adão com a Lei de Deus. Pecar contra Deus foi algo gravíssimo, pois não foi apenas um homem que pecou, mas o desejo de um único homem em querer ser como o próprio Deus,  e por isso, todos passaram a nascer em pecado. Porém, isso não significa que a culpa não é nossa, pois, como eu disse, todos nascemos em pecado (Sl 51:5), todos pecaram, não há quem faça o bem (Sl 14:3). Todos os seres humanos pecaram e estão "destituídos da glória de Deus" (Rm 3:23). A culpa também é nossa!   


A gravidade do pecado foi tanta que as atrocidades que vemos nos dias de hoje são consequências de atrocidades que aconteceram anteriormente. No tocante ao versículo em destaque, observamos o assassinato cometido por Caim, que matou Abel por causa de seu coração ciumento e pecaminoso. Ele agiu contrário a vontade de Deus, pois Deus deixou claro que o sacrifício, ou a oferta que o homem deveria fazer, era uma oferta de sangue, porém, Caim ofereceu "do fruto" da terra (Gn. 3.21; 4:3) e o SENHOR não se agradou de sua oferta. Além disso, observamos no NT, que as suas obras eram más (1Jo 3:12). Ou seja, o sacrifíco deveria ser ofertado com fé (Hb 11.4). As obras de Abel foram consideradas justas, e por isso, o Senhor se agradou de Abel (1Jo 3:12). Porém, não quero dizer que o homem depois da queda continuou bom e digno de estar na presença de Deus, pois como vimos, todos pecaram, não há quem faça o bem, não há nem um sequer" (Sl 14:3).  


No entanto, é preciso observar essa narrativa com um olhar cristocêntrico, e não antropocêntrico, onde homem é o centro, pois toda a Bíblia aponta para um único homem que, de fato foi o único justo: Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Justo e o Justificador (Rm 3:26).  


Embora a fé de Abel seja elogiada pelo autor aos Hebreus e pelo próprio Senhor Jesus (Hb 11:4; Mt 23:35), e mostre que o seu sacrifício havia sido superior ao de Caim, o autor deixa claro que objetivo central é a superioridade do sacrifício de Cristo. Pela fé Abel ofereceu um sacrifício justo, mas que apontava para um sacrifício perfeito por meio de Jesus, o Sumo Sacerdote que, provavelmente, tinha sido o motivo da oferta de fé feita por Abel.  


Desta forma, podemos entender que Abel foi um tipo de Cristo, pois ambos foram entregues à morte. Ele foi morto pelo seu próprio irmão injustamente, e Jesus foi morto pelo seu próprio povo (Jó 1:11). Jesus é a realização das profecias do Antigo Testamento a respeito de sua vinda. Jesus primeiramente veio para às ovelhas perdidas da casa de Israel e foi seriamente injustiçado. Apesar de Abel ter dado o seu melhor, ter vivido retamente, e ter morrido injustamente pelo seu próprio irmão, vemos Abel como uma figura daquele que haveria de vir, o qual é o verdadeiro pastor, e foi o único justo sem pecado, que ofereceu tudo de si ao Pai, tendo sido morto injustamente pelo seu próprio povo. Como disse Dan Stevers: "haveria de vir um Abel melhor e verdadeiro que foi assassinado sem ter culpa, cujo sangue clama não pela nossa condenação, mas por nossa absolvição".  


Portanto, agora você sabe o que é o pecado, a gravidade do pecado, as consequências do pecado e a única solução para resolver o sério problema do pecado. Não foi pela obra justa de Abel, mas pela obra justa de Jesus Cristo que Abel foi justificado, pois o seu sacrifício não apontava para as suas obras justas, mas para uma única obra, justa e perfeita: A obra de Cristo na cruz maldita (Gl 3:13).  


Por fim, a solução para o pecado é a justiça de Cristo na cruz. Nada do que você faça vai te livrar da condenação eterna, a não ser que Cristo te justifique pela graça mediante a fé. A Bíblia não conta simplesmente histórias, mas conta a história de Jesus, o Senhor de todas as histórias (Rm 11.36), o único que pode te libertar da escravidão do pecado. Somente Cristo, pois ele é o Justo e o Justificador (Rm 3.26).  


Sendo assim, você precisa crer no Senhor Jesus, pela graça mediante a fé verdadeira, pois ele é o único que pode te salvar da ira do Deus Pai. Não será o diabo que causará sofrimentos eternos no inferno, mas sim, a ira do próprio Deus que irá de atormentar para sempre. [...] Diante disso, "arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1:15).

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